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quarta-feira, 29 agosto 2018 17:21
Dose reduzida de rivaroxabano em doentes com IC: resultados do estudo COMMANDER-HF
Dose reduzida de rivaroxabano em doentes com IC: resultados do estudo COMMANDER-HF

Promovido pela Bayer AG, o simpósio satélite intitulado “COMMANDER-HF: New directions in the management of thrombotic risks in patients with heart failure?” contou com a presença de vários especialistas, incluindo o investigador principal do estudo, Prof. Doutor Faiez Zannad. Em conversa com o Cardiotalks, o diretor do CIC INSERM – CHU (Nancy, França) e docente de terapêuticas e Cardiologia explica as razões que levaram ao desenvolvimento deste ensaio clínico, com enfoque para os resultados e o impacto que os mesmos têm na prática clínica de quem acompanha doentes com insuficiência cardíaca e doença arterial coronária. Assista ao vídeo.

Para contextualizar o estudo, o Prof. Doutor Faiez Zannad indica que foram incluídos no COMMANDER-HF doentes com insuficiência cardíaca (IC) e doença arterial coronária, sem fibrilhação auricular, após episódio de descompensação da IC. Estes doentes representam um risco elevado de eventos cardiovasculares e de mortalidade.

“Acreditamos que a trombina está envolvida na progressão da insuficiência cardíaca”, afirma o especialista para justificar a hipótese de que a anticoagulação poderia ser útil (em particular o rivaroxabano) no tratamento destes doentes. Diz o Prof. Doutor Faiez Zannad que os investigadores tentaram “seguir muitos mecanismos de ação e muitos outros medicamentos, mas que não funcionaram”.

Desta forma, no estudo COMMADER-HF foi avaliada a dose reduzida de rivaroxabano (2,5 mg duas vezes ao dia) em comparação com o placebo, tendo sido estabelecido como outcome primário de eficácia a redução da mortalidade por todas as causas e a ocorrência de AVC e enfarte do miocárdio.

De acordo com o investigador principal, a utilização desta estratégia produziu um resultado “completamente neutro”, sendo que a mortalidade por todas as causas foi o evento mais frequente, enquanto que “o enfarte do miocárdio e o AVC aconteceram, mas numa taxa mais reduzida”.

“A interpretação simples é: contrariamente à nossa hipótese inicial, o agravamento da IC não está muito relacionado com trombose e com a trombina, e a terapêutica antitrombina não é por isso eficaz neste tipo de situações”, declara o Prof. Doutor Faiez Zannad, referindo ainda que é preciso “conciliar estes resultados com os dados dos estudos COMPASS e ATLAS ACS 2-TIMI 51”, nos quais foram incluídos subgrupos de doentes com IC (mas sem ser numa forma grave e sem ser após hospitalização por descompensação) e também com doença arterial coronária que tiveram benefícios “depois de tratados com rivaroxabano 2,5 mg”.

O especialista conclui chamando a atenção para a necessidade de “avaliar cada doente de acordo com o risco relativo de eventos tromboembólicos versus falência da bomba e os eventos relacionados com a IC”, ou seja, doentes com IC descompensada versus doentes com IC crónica estável, pela diferença no tipo de eventos que atinge cada um destes grupos.

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